João Francisco Lins Maciel Borges
Belém / PA

Saudade da Belém de outrora

Com a grande angular de minha retina
Fotografei teu passado, imortal cidade.
Revelou-se saudade, muita saudade!
As avenidas de paralelepípedos cortejando
Os majestosos prédios, os casarões coloniais
E os lindos túneis de frondosas mangueiras.
Os bondes trafegando num ir e vir sem fim
Do Largo da Pólvora a Bandeira Branca
A bordo elegantes damas e cavalheiros.
A importante ferrovia Belém-Bragança
Levando e trazendo alimentos e pessoas
Extinta com requintes de barbaridade.
O inesquecível e charmoso Grande Hotel
O ponto de encontro de toda a sociedade
Jogado abaixo em prol do progresso.
O heroísmo dos mártires cabanos
Esquecidos nos estudos de história
E na memória do povo paraense.
O saudoso navio Presidente Vargas
Singrando a estrada fluvial do Guajará
A caminho de Mosqueiro e Soure.
O tradicional arraial do Círio de Nazaré
O parque de diversões da criançada
E as barracas com maniçoba e tacacá.
Só os pingos da chuva nossa de cada dia
Lavam de minh’alma as feridas da saudade!