Sandra Berg
Belém / PA

Jardim literário

Se for a vida assim como uma tela
E todo artista com sua arte a reinventa,
No branco e virtual jardim rabisco flores, junto letras,
Faço voar palavras em transcendentes verbos!

De flor em flor faço a leitura de um sentimento,
Letra em letra percebo a vida em seu mais profundo;
Nesse jardim itinerante, crescem pomar, escola,
Engenho, horta, futuro, do broto que rego no agora.

Na grande tela da vida deposito a cada dia,
Impressões, emoções, experiências sensíveis,
Formando como num vitral multicolorido
Um caminho-guia daquilo que ainda sou aprendiz.

No extraordinário jardim, verbos, flores, sentimentos
Feito uma trança de cabelos fazem o entrelace da vida;
Tão pequena me senti diante da infindável teia!
A cada aurora me despojo do que pensei que sabia.

Acreditei no sonho, de sonhar me fiz peregrina,
Alma buscadora, à luz do sol, brunida,
Querendo dar de mim a outro, gema fina,
O amor tem um fazer que pode mudar o destino.