Raimundo Sampaio Costa
Aracaju / SE

Ah, se eu fosse um poeta

Ah, se eu fosse um poeta, cobriria os passos do meu amo
Com as cores dos versos Alexandrinos.
Tocaria na certa nos sonhos dos estetas, abortaria os bafejos humanistas de um senhor profeta. Ah, se eu fosse um poeta...
Faria o tempo colorir o tempo e diria pro tempo esperar o tempo que contemplo, pra rever as minhas têmporas latejar,
A dor e suave prazer do ser amar.
Ah, se eu fosse um poeta, como a fúria dos Titãs, a horda dos Apolos
O vôo livre de um Ícaro, tal e qual um Fênix
Renascendo do pó, da mó e sem dó. Ah, se eu fosse um poeta
Beijaria teus pés por todas as manhãs de um temporal
Total, Cabal, cabalístico e amoral.
Ah se eu fosse um poeta, eu seria tão normal?
Ah, se eu fosse um poeta, real, real seria o axial? Ah, se eu fosse um poeta...