André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

Meu corpo precisa

Meu corpo precisa da noite...
Precisa da treva, do escuro
De encontro ao som do silêncio
Meu sono de um sonho futuro...

Fugindo dos raios de luz e açoites
Minh'alma precisa encontrar a treva
Fechando os olhos do corpo pesado
O corpo mental é o ar que me eleva...

A noite é um portal misterioso
Por onde atravesso um muro espesso
De um mundo concreto e vaporoso
Por portas abertas no escuro avesso...

Dormir nos acende luz diferente
A luz que ilumina a senda no cego
Do imaginativo mundo da mente
Que pela vigília às vezes renego...

É como se doce fosse a morte
Compondo sonora e pura melodia
Que a vida após fosse feita de sorte
E no desenlace houvesse poesia...

Meu corpo precisa da noite... É claro!
Precisa da treva, precisa do escuro...
Mas, quê!? No obscuro da aurora declaro:
Nas trevas da luz, se esconde o futuro...