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Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

É proibido

 

É proibido idosos serem maltratados pelo perverso sistema hospitalar
E morrerem por falta de atendimento e de amor
É proibido dirigir por estradas que nos levem à corrupção
Desfazendo o que temos de melhor como seres humanos:
A dignidade, a humanidade e a fraternidade.

É proibido o tráfico de votos que é tão comum em nosso sofrido país
Fazendo de nossa gente escadaria para a prática da desumanização
É proibido cantar canções nas ruas e nas praças que fazem apologia
Ao crime e à violência que aprisionam nossa gente
Tão escravizada por seus insanos representantes.

É proibido abrir novas prisões e novas formas de violação dos direitos humanos
Que fazem dos negros, dos índios e das mulheres vítimas da nova geração
É proibido binarizar, homogeneizar, perpetuar, centralizar e aprisionar
Esses verbos devem ser extintos de nossa formação poética cultural
Para que sejamos tocados por um novo poema repleto de versos
Com a cor de todas as cores, com a voz de todas as vozes
E com o som de todos os sons, heterogeneizados
E hibridizados, misturados e combinados

É proibido fechar as portas e as janelas do alvorecer
Que elas estejam sempre abertas e que qualquer um possa por ela entrar
Trajado de sua identidade, de sua culturalidade e de sua singularidade
Para que assim possamos ser um só nó no grande mar
Da multiplicidade, simplicidade e diversidade...
É enfim proibido passar por debaixo de escadas, pontes e viadutos
Pois somos feitos para voar como pássaros no grande céu aberto por Deus.

 

 
 
Poema publicado no "Versos proibidos" - Abril de 2016