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Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

Não sei nada da vida

 

Acordo feliz por levantar
Saio para cumprir as obrigações
Durmo agradecendo por deitar
Só conheço a caixa das ilusões
Cheguei por vias entrelaçadas
Vim sem o índice do livro da vida
Naveguei numa placenta plasmada
Com data de validade vencida
Nunca sei se fujo ou me escondo
Vivo fazendo minha fiel poesia
Versos quadrados e redondos
Fazendo-me de oferta ao próximo dia
Dizem que a escolha é pessoal
Meu espaço íntimo é o universo
Como escolher de forma individual
Se a voz da multidão é o inverso?
Não sei nada da vida
Afirmam que sou eu quem provoca
O amor o desamor, a sorte o azar
Vou deixar fluir o movimento da ciranda
As vezes, vem uma vontade de parar
Parar o que? Se não sou eu quem comanda
Quando vejo uma noite de luar
Uma infinidade de estrelas a luzir
Sinto que faço parte do plano criador
Minha glória é ser feliz e aplaudir
Em harmonia com a paz e o amor
Até porque não sei nada da vida

 

 
 
Poema publicado no "Versos proibidos" - Abril de 2016