Maria Elizabeth Gomes Campos
São Paulo / SP

Viventes

São centenas, milhares,
Viventes de olhares vazios, observando ao redor indiferentes,
Suas vidas cabem numa esquina
Sem sentido, nem razão, ninguém para estender a mão.
Inexistência de compaixão,
O preconceito perpetuado e esgarçado nas relações no cotidiano,
Num contínuo que amplia a solidão.
Não são ouvidos no remoinho da multidão,
Seguem sem diretrizes, dispersos pelos caminhos,
Não são donos de seus destinos,
Perdem a individualidade e a essência de cidadão.
A eterna luta para se legitimar,
Existir...
Estar presente, mesmo parecendo aos outros transparentes.