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Helena Maria S. Matos Ferreira
Guapimirim / RJ

 

Presente para Emanuel

Pai, Filho e Espírito Santo pairavam sobre o Universo. Grandiosa maravilha. Eles admiravam toda a Criação, quando o Filho perguntou para o seu divino Pai se podia dar-lhe um lugar especial para cuidar com muito carinho. O Pai Lhe respondeu que sim, mas que deveria antes preparar o seu presente.
O Espírito Santo sugeriu que a escolha poderia ser de um planeta não muito grande. Então o Pai apontou para uma bola azul brilhante e disse aos dois inseparáveis companheiros: - Sigamos para lá e a tornemos o melhor e mais aprazível de todos os lugares.
O Pai iniciou a criação que duraria quase uma semana, dizendo: - “Faça-se o firmamento cheio de luzeiros grandes, pequenos e pequeninos”. E puxou um bem caloroso para iluminar o tão querido presente do Filho. Puxou em seguida outro bem menorzinho, que receberia o brilho e o calor daquele maior para girar ao redor do planeta, deixando assim algo bastante diferente e lúdico, pois às vezes ele aparece cheio, gordinho, outras pela metade e até desaparece.
O Filho gostou tanto que não cabia em si de tanta alegria. Mas o Pai ainda fez melhor. Preparou muitos luzeiros para vagarem animadamente pelo espaço infinito e anunciou para o Filho: - Um desses será especial; marcará um grande e inesquecível acontecimento daqui a algum tempo. O Filho e o Espírito Santo aprovaram radiantes.
E o Pai Criador prosseguiu colocando vida nas águas e nos continentes. O Filho cada vez mais se encantava com o seu presente e pediu-Lhe que criasse inumeráveis seres verdes e que neles houvesse muitas nuances além de enfeites coloridos. Então Deus criou os vegetais, com flores, frutos e sementes. E também os belos animais e minerais diversos. Tudo era perfeito como seu Criador.
O Filho Amado do Pai ficava cada vez mais feliz e agradecido e o Espírito repleto de Amor passava entre todos os seres criados, dando-lhes os dons necessários às suas existências e permanências.
O Pai enfim disse ao Filho e ao Santo Espírito: - “Façamos seres à nossa imagem e semelhança. Eles terão sentimentos, inteligência e serão para sempre amados por Nós. Deverão ser obedientes por amor, dar-lhes-ei livre arbítrio e domínio sobre todos os outros seres. Serão felizes.”
O Filho ganhou assim do Pai o Planeta Terra e durante muito tempo sentiu-se agraciado com o amável presente. Mas Deus, Senhor de toda a Criação, avisou-lhe que iria permanecer somente em espírito na Terra e que um dia, sim, um dia, teria de se tornar semelhante, menos no pecado, aos seres a quem Ele deu o livre arbítrio, porque o anjo rebelde iria afrontar à Trindade Santa, utilizando-se das pobres desavisadas criaturas, cheias de inteligência, porém vaidosas, transgressoras e desobedientes influenciadas pelo Mal. Assim o Filho teria de resgatá-las para o Pai Eterno, com o auxílio do Espírito.
E aquele luzeiro especial finalmente anunciou a grande, magnífica e inusitada chegada do Menino-Deus em uma gruta–presépio, cuja Mãe fora predestinada pelo Criador com todo o esmero, perfeição e prerrogativas. Para protegê-los deu-lhes um homem justo que os acompanhou com todos os cuidados e ensinamentos necessários para cada ocasião.
A Estrela de Belém iluminou todo o céu naquela noite em que Emanuel, o Deus Salvador, chegou à Terra para viver, brincar, sorrir, chorar, anunciar a Boa Nova, morrer na cruz e ressuscitar para que todos nós pudéssemos alcançar um dia a vida eterna.
Os dias passam rapidamente. Não demora muito e já será Natal, aniversário de Emanuel, “Deus conosco”. Feliz e abençoado Natal!


   
Publicado no livro "Xeque-mate" - Contos selecionados - Edição Especial - Novembro de 2014