Neiva Terezinha
Paludo Chemin
Pato Branco / PR
A viagem encantada de Isabelita
A viagem encantada de Isabelita começou
assim: de Curitiba a São Paulo desembarcou no aeroporto
de Guarulhos. Era dia quatorze de maio, quinze horas e quinze
minutos quando embarcou rumo a Paris.
Expectativa. Surpresas! Quatrocentas pessoas nesse voo. Um mar
de gente! O pensamento voava e voltava ao raciocínio: Será
que este pássaro gigante levantará de verdade?
A expedição seguia sob o comando de RJ e sua assistente,
rumo ao Velho Mundo em busca de conhecimento. Sensação
de plena satisfação na companhia dos queridos familiares.
A aeronave lentamente foi se movimentando ao infinito. Logo a
Terra ficou pequena... Distante. Nas alturas o avião flutuava
como uma pluma: impressão de medo e liberdade...
Na imensidão sem fim, como todos são pequenos! Em
cima do mar, na Linha do Equador em diante começou uma
turbulência. O coração batia mais forte, preocupação
e medo. Uma pessoa ao lado falou:
- Reze.
Isabelita pensou: Quem mandou você aqui? Curiosidade? A
escolha foi sua.
Noite adentro, céu, mar, ilhas, continentes. Dakar Agadir,
África, Espanha, Portugal. E mais travessias, horas intermináveis...
Difícil descrever. Mais ou menos onze horas de voo ininterrupto.
Depois desses momentos difíceis, o avião sobrevoava
o céu azul de Paris numa manhã maravilhosa de sol
a luzir. A cidade, a Torre Eiffel...
Aterrissando no aeroporto Charles de Gaulle, Isabelita logo seguiu
viagem para a Itália com outra aeronave.
Nova sensação ao desconhecido nesse outro lado do
mundo. O mesmo sol, a mesma água, a mesma terra, um pouco
mais argilosa. Cenário lindíssimo, encantador ao
sobrevoar por algum tempo uma Cordilheira de montanhas cobertas
de neve.
Isabelita se perguntava: Qual o começo e o fim desse mundo
desconhecido? Infinito... E mais infinito... De onde surgiu a
vida? E como? Misterioso dilema... Difícil de ser desvendado.
Enquanto o pensamento devaneia num deslumbramento sem fim, Isabelita
chega a Roma... Eterna Roma, cidade de um passado cheio de mistérios.
Vê o rio Tibre e os pinheiros romanos ornamentando as margens;
o Coliseu, enorme arena, testemunha de lutas brutais; ruínas
de grandes piscinas onde se banhavam centenas de pessoas ao mesmo
tempo. Vê que ainda restam muralhas ao redor da cidade...
No Vaticano, surpreende-se com a enormidade da Praça São
Pedro; a Capela Sistina com sua beleza e perfeição
nas pinturas, ouro no teto. Tudo bastante curioso e perfeito.
E o jardim onde o Papa Francisco costuma passear, lindíssimo:
sensação de imensa paz. Numa rua da cidade, uma
surpresa: uma oliveira com seus frutos! No hotel, rodeado de jardins
de belíssimas flores, aconchegante hospedagem; e, à
noite, a comida sofisticada ao som do canto italiano na voz de
uma bela jovem e um nobre piano.
Nos dias que se seguiam, muitos passeios por terra foram feitos.
Nas rodovias o movimento era tranquilo. E a expedição
seguiu ao sul da Itália. As margens do caminho contornadas
por vegetação rasteira eram salpicadas de florezinhas
amarelas.
Na cidade portuária, Nápoles, grande e populosa,
Isabelita viu inúmeros castelos. Viu o curioso Castelo
do Ovo, no cais do Porto. Lembrou a época dos piratas;
viu os prédios não tão altos ali no cais.
Todos eles com suas sacadas cheias de roupas para secar constantemente.
O colorido das roupas no embalo do vento que soprava era um espetáculo
a parte. Isabelita viu o Vulcão Vesúvio ao alcance
dos olhos, terrível gigante adormecido que no passado destruiu
e soterrou as cidades de Pompéia e Herculano com suas lavas
incandescentes. Grande tragédia!
Do porto, um barco grande levou Isabelita para a Ilha de Capri,
mais ou menos 20 milhas da costa. Mar adentro... Fantástico
descortino de um imenso mar azul turquesa, de uma beleza natural
e temperatura amena. Impressionante Gruta Azul. No alto de uma
grande pedra calcária, a estátua de Marina Piccola
abanando para todos os turistas.
Ao subir em ruazinhas estreitas no alto da ilha, a sensação
era de estar no ar... Arrepio...
Em tão belíssimo espetáculo da natureza do
lugar, enquanto esperava o vapor para a Roma retornar, Isabelita
ficou admirando as estreitas ruelas contornadas por rosas brancas
e, lá embaixo, o mar de um azul intenso, verdadeiro espelho
de um paraíso terrestre.
E ali Isabelita ficou a esperar pelos muitos encantos que ainda
haveria de encontrar.
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