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Antonio Laurentino Sobrinho
São Paulo / SP

 

A viagem dos meus sonhos

 


Saindo do Rio de Janeiro, com destino a sete países da Europa.
Portugal, com comidas e cultura farta, mas não era o que eu queria; minha fome era outra. Na Espanha, muita música flamenca, mas eu não ouvia.
Na França, museu do Louvre, torre Eiffel, mas não me interessava.
Alemanha, um intenso crescimento, mas não era tudo. Suíça, muito fria, névoa vazia. Não tinha nada de mim.
Áustria, sim, linda muito linda. Viena a capital da música, centro cultural e poético, o rio Danúbio, como sempre belíssimo, músicas clássicas, Beethoven, Ravel, Chopin e tanto outros, foram sete dias maravilhosos, sete cidades lindas... Finalmente a Itália, sete cidades bonitas, foram sete dias inesquecíveis. Florença, Milão, Verona, Pádua, Maggiore, Roma e, enfim, a amada Veneza, com suas gôndolas, um passeio fantástico. Hoje é sete de setembro de qualquer ano.
Desembarquei em Veneza à noite, foram 49 dias percorridos, 49 cidades da Europa, e sete países. Foram 35 suaves dias, sete cidades maravilhosas. Mais sete magníficos dias, que passamos foram em Veneza.
Como vocês podem ver, foi uma viagem, planejada cuidadosamente, para que tudo saísse perfeito, minha cabeça estava fervilhando de ideias, sentia-me como um adolescente, enamorado com tudo e com todos, não sabia que ser adolescente era tão bom, só depois de 28 anos descobri que poderia fazer quase tudo.
E quem poderia dizer-me que eu estava louco por isso?
Com minha Nikon nas mãos, fui à Praça São Marcos, naquela manhã havia turistas de todo lugares imagináveis possíveis, parecia que eu estava sonhando. As gôndolas todas coloridas, era um cenário belo, todas aquelas edificações imponentes, a Igreja de São Marcos, linda, com sinos tocando todos ao mesmo tempo, um som contagiante, parecia que eu estava flutuando. Aquele dia estava prometendo, aqueles sete dias seriam encantadores... Inesquecíveis, se eu vivesse uma eternidade, não daria para narrar os momentos fantásticos, que passamos juntos.
A praça estava fervilhando de turistas, comecei a fotografá-los, alguns grupos, outros casais, foi quando duas moças chamaram minha atenção, pois elas estavam vestindo a camiseta da Seleção Brasileira e eram também muito bonitas, lindas, uma em particular se destacava. Uma era morena, alta e a outra era loiríssima, olhos verdes como as águas das praias de Icapuí, o sorriso dela, era como uma orquídea Phalaenopsis, lábios finos, rubros, delicados como pétalas de uma orquídea. O nome dela era Morgana, parecia que elas estavam me procurando, até que aconteceu o inevitável. Encontramo-nos, elas sorriram pra mim e disseram: - Você é brasileiro? - Sim sou brasileiro. - Nós também somos brasileiras. - De onde vocês são? - Ela é de Valinhos, São Paulo, eu nasci no litoral cearense, uma linda cidade chamada Icapuí. - E você? - Eu também, sou de Beberibe, portanto sou seu vizinho. - Que legal! - Estamos encantadas. - Eu me chamo Morgana e ela Juliana. – Eu sou o Flávio, muito prazer. Estou aqui a negócios, não a turismo. - Estão gostando? - Sim, tudo é muito lindo! É muita coincidência a gente se encontrar justamente aqui. - Você não acha? - Sim, muita. -Quando você volta ao Brasil? -Viajarei amanhã, dia sete. - Ela mora em Bolonha. -Eu pensei que ela morava no Brasil. Não, ela só nasceu em Icapuí, mas mora aqui em Bolonha. Está aí mais uma coincidência, eu tenho uma sobrinha que mora lá também.
Passamos o dia juntos, passeamos de gôndolas. No outro dia levamos sua prima ao aéreo porto, nos despedimos com um até breve. Ficamos juntos os sete dias que foram encantadores, lindos. No sexto dia eu já estava triste, não queria que aqueles dias terminassem.
-Morgana, votarei amanhã ao Brasil.
-Eu também irei com você, se você quiser, eu irei. - Era tudo que queria ouvir, foi um momento belo.
- E a sua mãe? - Falarei com ela agora mesmo...
-Vá minha filhinha, viva esta linda história de amor, o cupido que flechou vocês é o mesmo, que nos flechou, há trinta anos.
Como eu queria ouvir aquilo, foi uma alegria contagiante, saímos pra comemorar aquela tarde, foi marcante à noite jantamos, dançamos, nos amamos como dois adolescentes até os primários raios da manhã.
Fomos ao encontro de sua mama, ela já estava a nossa espera no aeroporto desde às 7: 00 horas da manhã.
Ela era uma senhora belíssima, estava com um conjunto branco, com um lenço verde amarelo. -Mama, quanto tempo a senhora não usava este lenço?
- Eu estava com ele no pescoço na semana passada, você nem deve ter reparado. Quando conheci seu papito, agora elas se abraçaram longamente.
Ela olha em meus olhos e diz: cuida bem da minha filhinha.
- Está bem, cuidarei. Ela nos falou do seu grande amor cearense. Nós vivemos um grande amo dizia ela com lágrimas nos olhos.
- Você nunca mais amou alguém? - Não, ninguém, o amor é como um raio, não cai no mesmo lugar duas vezes, não se ama duas vezes, só se ama uma única vez e, portanto, vão viver esta linda história de amor... Se amem intensamente, e sejam felizes !!!
Nossa despedida foi magnífica realmente, ela é uma pessoa iluminada, breve estarei com vocês. Abraços e beijos...
- Brasil aqui vamos nós.
Às 17: 47 horas voamos pra Fortaleza.
Às sete horas da manhã já estávamos em Fortaleza com destino a Icapuí, onde estamos atualmente morando, já casados, felizes, morando com nossos quatro filhos lindíssimos, os meninos Rômulo de 9 anos e o Giovane 8 anos, as meninas, Giliola de 7anos, Morgana de 6 anos. Estes são os cinco amores da minha vida... Estamos trabalhando muito nas pousadas Labirinto dos Amores, pousada dos Recantos dos Amantes...
Esperamos minha muito querida sogrinha para passar uma longa temporada aqui no Brasil. Tenho certeza de que vai ser fenomenal estar com toda a família reunida.
Não vejo a hora de estarmos todos juntos novamente.
- Ah, quanto tempo longe!!
Abraço forte à todas as sogras ...

 

   
Publicado no livro "Xeque-mate" - Contos selecionados - Edição Especial - Novembro de 2014